sexta-feira, 28 de maio de 2010
Nova Tomada Brasileira, o unico Pais a adotar o padrao internacional
Proposed common standard
- IEC 60906-1 (Brazilian 10 A and 20A /250 V - NBR 14136 2002)
The universal plug and socket system
Serious work on this matter started in IEC in 1970 with the creation of Subcommittee 23C (Worlwide plug and socket outlet system). Earlier, TC 64 (Electrical installations) had been formed and it was inevitable that, in its considerations of domestic wiring installations, it would face the problem of the plethora of plugs and sockets in use and this provided the IEC with further impetus to find a global solution or, at least, attempt to reduce the varieties.
The essence of the work concerned safety and, in particular, trying to ensure that dangerous situations could not arise during the periods when the new system and the multitude of existing ones had to exist side by side.
The first drafts of a universal system considered by SC 23C proposed all flat pins and this was pursued for many years. However, at the voting stage, objections grew and, many National Committees expressed themselves more in favour of a round pin solution. The other serious problem encountered was in trying to find a unique solution for 125V and 250V distribution systems. After long, and often acrimonious, discussion, the subcommittee came to an acceptable solution which was finally formulated in 1986 as publication IEC 906-1 (now IEC 60906-1) for 250V installations using round pins and in 1992 as IEC 906-2 (now IEC 60906-2) for 125V installations using the familiar US flat pin design.
More recently, in the 1990s, CENELEC, in Europe, was put under pressure by the European Commission to devise a harmonized plug and socket system for Europe. (Incredible as it may seem, there does not seem ever to have taken place, in Europe or elsewhere, an assessment, even at a superficial level, of the economic consequences of the implementation of a universal system. The view of the Commission appears to have been based entirely on political considerations!)
CENELEC took as its starting point the IEC standard of 1986 and spent thousands of man-hours undertaking the almost impossible task of modifying the design with the aim of ensuring 100% risk-free operation of the system when used in conjunction with all the existing types in Europe. Naturally, apart from the technical difficulties, there was the clash of the many vested commercial and political interests and it was not surprising that, after much work and many meetings, CENELEC had to admit defeat and abandon its efforts, much to the chagrin of the Commission.
However, as the IEC continues to point out, internationally agreed standards for domestic plugs and sockets for the 250V and 125V ranges DO exist and are, even today, available to any country that cares to implement them.
domingo, 16 de maio de 2010
sábado, 15 de maio de 2010
Fiesp: corrupção custa ao país R$ 69 bilhões por ano
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Custo Brasil e Ganância
Autor: Gabriel Torres | Data: 21 de dezembro de 2007 - 20:57 H |
Tudo mundo que trabalha com peças de informática ou com eletrônicos de forma geral tá careca de conhecer o problema do "Custo Brasil": importar eletrônicos legalmente no Brasil dobra o custo do produto. Só que essa semana não consegui parar de pensar no caso do aparelho de Blu-Ray. O preço desses aparelhos no EUA despencou em dezembro por conta do Natal. As unidades mais baratas hoje são as da Samsung como a BD-P1400 e a Sony BDP-S300, custando US$ 300 (sem impostos; com impostos sai por US$ 325) em qualquer loja da cadeia Best Buy (tem praticamente uma em cada esquina nos EUA). Ou seja, no máximo R$ 650. Mesmo se a gente pensar no preço de tabela dessas unidades nos EUA (US$ 500 ou R$ 1.000) ainda está longe, muito longe, do preço de tabela no Brasil: R$ 3.000. Tudo bem que o custo de importação é de 100%, mas cobrar entre R$ 1.000 a R$ 1.700 acima do custo é pura ganância. Pois se a Best Buy está vendendo por US$ 300 é pouco provável que eles estejam tendo prejuízo. O custo do produto para importadores oficiais é menor que o preço encontrado nas lojas americanas, o que aumenta ainda mais esta disparidade. Sem contar que nos EUA a Blu-Ray Association dá 5 discos Blu-Ray de graça (de uma seleção limitada, é verdade) para quem comprar esses aparelhos, o que torna a diferença de preço ainda maior. Sempre é bom lembrar que por conta da diferença nos salários US$ 300 nos EUA equivale a R$ 300 no Brasil. A solução? A que eu venho defendendo há mais de 10 anos: um processo de importação sem burocracia (hoje em dia para importar produtos oficialmente o empresário precisa ter doutorado em sânscrito) e um custo total de importação mais baixo. Com um custo total de 20% o contrabando praticamente acabaria, o governo arrecadaria mais, visto que o contrabando não faria mais sentido, isto é, a quantidade de gente pagando impostos seria maior, e teríamos finalmente uma inclusão digital no Brasil. Ou você não compraria hoje um Blu-Ray nas Lojas Americanas se você visse um aparelho a R$ 780, discos a R$ 40 e pudesse comprar uma TV LCD de 47 polegadas de alta definição 1080p por um preço acessível? |
quinta-feira, 6 de maio de 2010
A INDÚSTRIA BILIONÁRIA DA FABRICAÇÃO DE DOENTES
As estratégias da indústria farmacêutica para multiplicar lucros espalhando o medo e transformando qualquer problemabanal de saúde numa "síndrome" que exige tratamento
Ray Moynihan, Alan Cassels
(Tradução: Wanda Caldeira Brant, wbrant@globo. com)
Há cerca de trinta anos, o dirigente de uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo fez declarações muito claras. Na época, perto da aposentadoria, o dinâmico diretor da Merck, Henry Gadsden, revelou à revista Fortune seu desespero por ver o mercado potencial de sua empresa confinado somente às doenças. Explicando preferiria ver a Merck transformada numa espécie de Wringley's – fabricante e distribuidor de gomas de mascar –, Gadsden declarou que sonhava, havia muito tempo, produzir medicamentos destinados às... pessoas saudáveis. Porque, assim, a Merck teria a possibilidade de "vender para todo mundo". Três décadas depois, o sonho entusiasta de Gadsden tornou-se realidade.
As estratégias de marketing das maiores empresas farmacêuticas almejam agora, e de maneira agressiva, as pessoas saudáveis. Os altos e baixos da vida diária tornaram-se problemas mentais. Queixas totalmente comuns são transformadas em síndromes de pânico. Pessoas normais são, cada vez mais pessoas, transformadas em doentes. Em meio a campanhas de promoção, a indústria farmacêutica, que movimenta cerca de 500 bilhões dólares por ano, explora os nossos mais profundos medos da morte, da decadência física e da doença – mudando assim literalmente o que significa ser humano. Recompensados com toda razão quando salvam vidas humanas e reduzem os sofrimentos, os gigantes farmacêuticos não se contentam mais em vender para aqueles que precisam. Pela pura e simples razão que, como bem sabe Wall Street, dá muito lucro dizer às pessoas saudáveis que estão doentes.
A fabricação das "síndromes"
A maioria de habitantes dos países desenvolvidos desfruta de vidas mais longas, mais saudáveis e mais dinâmicas que as de seus ancestrais. Mas o rolo compressor das campanhas publicitárias, e das campanhas de sensibilização diretamente conduzidas, transforma as pessoas saudáveis preocupadas com a saúde em doentes preocupados. Problemas menores são descritos como muitas síndromes graves, de tal modo que a timidez torna-se um "problema de ansiedade social", e a tensão pré-menstrual, uma doença mental denominada "problema disfórico pré-menstrual" . O simples fato de ser um sujeito "predisposto" a desenvolver uma patologia torna-se uma doença em si.
O epicentro desse tipo de vendas situa-se nos Estados Unidos, abrigo de inúmeras multinacionais farmacêuticas. Com menos de 5% da população mundial, esse país já representa cerca de 50% do mercado de medicamentos. As despesas com a saúde continuam a subir mais do que em qualquer outro lugar do mundo. Cresceram quase 100% em seis anos – e isso não só porque os preços dos medicamentos registram altas drásticas, mas também porque os médicos começaram a prescrever cada vez mais.
De seu escritório situado no centro de Manhattan, Vince Parry representa o que há de melhor no marketing mundial. Especialista em publicidade, ele se dedica agora à mais sofisticada forma de venda de medicamentos: dedica-se, junto com as empresas farmacêuticas, a criar novas doenças. Em um artigo impressionante intitulado "A arte de catalogar um estado de saúde", Parry revelou recentemente os artifícios utilizados por essas empresas para "favorecer a criação" dos problemas médicos [1]. Às vezes, trata-se de um estado de saúde pouco conhecido que ganha uma atenção renovada; às vezes, redefine-se uma doença conhecida há muito tempo, dando-lhe um novo nome; e outras vezes cria-se, do nada, uma nova "disfunção". Entre as preferidas de Parry encontram-se a disfunção erétil, o problema da falta de atenção entre os adultos e a síndrome disfórica pré-menstrual – uma síndrome tão controvertida, que os pesquisadores avaliam que nem existe.
Médicos orientados por marqueteiros
Com uma rara franqueza, Perry explica a maneira como as empresas farmacêuticas não só catalogam e definem seus produtos com sucesso, tais como o Prozac ou o Viagra, mas definem e catalogam também as condições que criam o mercado para esses medicamentos.
Sob a liderança de marqueteiros da indústria farmacêutica, médicos especialistas e gurus como Perry sentam-se em volta de uma mesa para "criar novas idéias sobre doenças e estados de saúde". O objetivo, diz ele, é fazer com que os clientes das empresas disponham, no mundo inteiro, "de uma nova maneira de pensar nessas coisas". O objetivo é, sempre, estabelecer uma ligação entre o estado de saúde e o medicamento, de maneira a otimizar as vendas.
Para muitos, a idéia segundo a qual as multinacionais do setor ajudam a criar novas doenças parecerá estranha, mas ela é moeda corrente no meio da indústria. Destinado a seus diretores, um relatório recente de Business Insight mostrou que a capacidade de "criar mercados de novas doenças" traduz-se em vendas que chegam a bilhões de dólares. Uma das estratégias de melhor resultado, segundo esse relatório, consiste em mudar a maneira como as pessoas vêem suas disfunções sem gravidade. Elas devem ser "convencidas" de que "problemas até hoje aceitos no máximo como uma indisposição" são "dignos de uma intervenção médica". Comemorando o sucesso do desenvolvimento de mercados lucrativos ligados a novos problemas da saúde, o relatório revelou grande otimismo em relação ao futuro financeiro da indústria farmacêutica: "Os próximos anos evidenciarão, de maneira privilegiada, a criação de doenças patrocinadas pela empresa".
Dado o grande leque de disfunções possíveis, certamente é difícil traçar uma linha claramente definida entre as pessoas saudáveis e as doentes. As fronteiras que separam o "normal" do "anormal" são freqüentemente muito elásticas; elas podem variar drasticamente de um país para outro e evoluir ao longo do tempo. Mas o que se vê nitidamente é que, quanto mais se amplia o campo da definição de uma patologia, mais essa última atinge doentes em potencial, e mais vasto é o mercado para os fabricantes de pílulas e de cápsulas.
Em certas circunstâncias, os especialistas que dão as receitas são retribuídos pela indústria farmacêutica, cujo enriquecimento está ligado à forma como as prescrições de tratamentos forem feitas. Segundo esses especialistas, 90% dos norte-americanos idosos sofrem de um problema denominado "hipertensão arterial"; praticamente quase metade das norte-americanas são afetadas por uma disfunção sexual batizada FSD (disfunção sexual feminina); e mais de 40 milhões de norte-americanos deveriam ser acompanhados devido à sua taxa de colesterol alta. Com a ajuda dos meios de comunicação em busca de grandes manchetes, a última disfunção é constantemente anunciada como presente em grande parte da população: grave, mas sobretudo tratável, graças aos medicamentos. As vias alternativas para compreender e tratar dos problemas de saúde, ou para reduzir o número estimado de doentes, são sempre relegadas ao último plano, para satisfazer uma promoção frenética de medicamentos.
Quanto mais alienados, mais consumistas
A remuneração dos especialistas pela indústria não significa necessariamente tráfico de influências. Mas, aos olhos de um grande número de observadores, médicos e indústria farmacêutica mantêm laços extremamente estreitos.
As definições das doenças são ampliadas, mas as causas dessas pretensas disfunções são, ao contrário, descritas da forma mais sumária possível. No universo desse tipo de marketing, um problema maior de saúde, tal como as doenças cardiovasculares, pode ser considerado pelo foco estreito da taxa de colesterol ou da tensão arterial de uma pessoa. A prevenção das fraturas da bacia em idosos confunde-se com a obsessão pela densidade óssea das mulheres de meia-idade com boa saúde. A tristeza pessoal resulta de um desequilíbrio químico da serotonina no celebro.
O fato de se concentrar em uma parte faz perder de vista as questões mais importantes, às vezes em prejuízo dos indivíduos e da comunidade. Por exemplo: se o objetivo é a melhora da saúde, alguns dos milhões investidos em caros medicamentos para baixar o colesterol em pessoas saudáveis, podem ser utilizados, de modo mais eficaz, em campanhas contra o tabagismo, ou para promover a atividade física e melhorar o equilíbrio alimentar.
A venda de doenças é feita de acordo com várias técnicas de marketing, mas a mais difundida é a do medo. Para vender às mulheres o hormônio de reposição no período da menopausa, brande-se o medo da crise cardíaca. Para vender aos pais a idéia segundo a qual a menor depressão requer um tratamento pesado, alardeia-se o suicídio de jovens. Para vender os medicamentos para baixar o colesterol, fala-se da morte prematura. E, no entanto, ironicamente, os próprios medicamentos que são objeto de publicidade exacerbada às vezes causam os problemas que deveriam evitar.
O tratamento de reposição hormonal (THS) aumenta o risco de crise cardíaca entre as mulheres; os antidepressivos aparentemente aumentam o risco de pensamento suicida entre os jovens. Pelo menos, um dos famosos medicamentos para baixar o colesterol foi retirado do mercado porque havia causado a morte de "pacientes". Em um dos casos mais graves, o medicamento considerado bom para tratar problemas intestinais banais causou tamanha constipação que os pacientes morreram. No entanto, neste e em outros casos, as autoridades nacionais de regulação parecem mais interessadas em proteger os lucros das empresas farmacêuticas do que a saúde pública.
A "medicalização" interesseira da vida
A flexibilização da regulação da publicidade no final dos anos 1990, nos Estados Unidos, traduziu-se em um avanço sem precedentes do marketing farmacêutico dirigido a "toda e qualquer pessoa do mundo". O público foi submetido, a partir de então, a uma média de dez ou mais mensagens publicitárias por dia. O lobby farmacêutico gostaria de impor o mesmo tipo de desregulamentaçã o em outros lugares.
Há mais de trinta anos, um livre pensador de nome Ivan Illich deu o sinal de alerta, afirmando que a expansão do establishment médico estava prestes a "medicalizar" a própria vida, minando a capacidade das pessoas enfrentarem a realidade do sofrimento e da morte, e transformando um enorme número de cidadãos comuns em doentes. Ele criticava o sistema médico, "que pretende ter autoridade sobre as pessoas que ainda não estão doentes, sobre as pessoas de quem não se pode racionalmente esperar a cura, sobre as pessoas para quem os remédios receitados pelos médicos se revelam no mínimo tão eficazes quanto os oferecidos pelos tios e tias [2] ".
Mais recentemente, Lynn Payer, uma redatora médica, descreveu um processo que denominou "a venda de doenças": ou seja, o modo como os médicos e as empresas farmacêuticas ampliam sem necessidade as definições das doenças, de modo a receber mais pacientes e comercializar mais medicamentos [3]. Esses textos tornaram-se cada vez mais pertinentes, à medida que aumenta o rugido do marketing e que se consolidas as garras das multinacionais sobre o sistema de saúde.
Bibliografia complementar:
* A revista médica PLoS Medecine traz, em seu número de abril de 2006, um importante dossiê sobre "A produção de doenças" – http://medicine.plosjournals.org
* Na França, as revistas Pratiques (dirigida ao grande público) e Prescrire (destinada aos médicos) avaliam os medicamentos e trazem um olhar crítico sobre a definição das doenças.
*Jörg Blech, Les inventeurs de maladies. Manœuvres et manipulations de l'industrie pharmaceutique, Arles, Actes Sud, 2005.
* Philippe Pignarre, Comment la dépression est devenue une épidémie, Paris, Hachette-Litté rature, col. Pluriel, 2003.
Este Artigo vem ao encontro com o que já nos foi declarado por PAUL ZANE PILZER em sua pesquisa de 6 milhões de dólares, onde denuncia a INDÚSTRIA DA DOENÇA nos EUA, em sua palestra na Extravaganza Brasil 2005. (NT)
Fonte: Le Monde Diplomatique (edição maio 2006) http://diplo.uol.com.br 2006-05,a1302