quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Crimes financeiros contra a Humanidade: Tribunal Hessel na Rio +20

 
Bertrand Russel

Uma ideia que pode fazer com que uma esvaziada Rio +20 venha a ser, mesmo que indiretamente, um evento realmente transformador. Implementada, seria uma ação de grande repercussão e exemplar.

Trata-se de um tribunal para julgar os crimes contra a humanidade que vem sendo cometidos pelos bancos centrais e autoridades financeiras governamentais dos EUA, União Europeia, Reino Unido, França e Alemanha, desde o início da crise de 2007, que perdura. Sob a alegação de evitar uma crise sistêmica, tais entidades insistem no resgate de parte do sistema financeiro internacional, principal responsável pela própria crise. E além disto promovem, nas palavras do artigo referido a seguir, “um crescimento econômico imoral, ineficiente e vazio existencialmente”.

Stéphane Hessel é o renomado autor do livro “indignai-vos” cuja mensagem sensibilizou milhões de pessoas e que levou, “principalmente os jovens, a ocupar em diversos cantos do mundo, praças e ruas”, reagindo à um modelo econômico que “destrói a natureza, provoca desemprego, desarticula os serviços públicos e os condena à uma vida sem futuro”.

A proposta é do professor Cristovam Buarque, amigo de Hessel, feita em artigo “De Russell a Hessel” e publicado em O Globo neste sábado. Ela surgiu de uma ideia similar, o Tribunal Russell, também conhecido como Tribunal Interacional de Crimes de Guerra e Tribunal Russel – Sartre, criado em Novembro de 1966, para julgar crimes da intervenção militar dos EUA no Vietnã. Nas palavras do professor: 

“Bertrand Russell, Prêmio Nobel de Literatura em 1950, criou o tribunal para julgar os crimes no Vietnã, e, caminhando ao lado de jovens, despertou o mundo para a tragédia vietnamita. Seu tribunal não tinha qualquer poder legal, mas uma imensa força moral capaz de encurralar os dirigentes da grande potência americana, com seus aviões e bombas, mas sem uma base ética para a guerra”.

Convocado por Hessel e composto por ele e por outras pessoas de excepcional força moral de todo o mundo o tribunal poderia ser instalado na Cúpula dos Povos da Rio+20 por Justiça Social e Ambiental constituída por cerca de 150 entidades de 27 países para acompanhar os eventos preparatórios e funcionar paralelamente à conferência oficial.
Acredito que o objetivo central do tribunal deveria ser o de julgar a conivência e conluio das autoridades com o sistema financeiro, socorrendo-o e ignorando seus crimes, em detrimento dos interesses das populações dos países sobre os quais têm autoridade e responsabilidade. Sobre isto ressalto o artigo, objeto de notícia neste blog, com o irônico título “Grande passo à frente” publicado pelo EconoMonitor no último dia 3 e que mostra que o resgate de Wall Street pelo FED significou que mais de USD 30 trilhões foram para o capitalismo conspícuo.
Termino sugerindo que você, leitor, participe da pesquisa relacionada ao tema, no post que se segue.

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