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A 'bolsa passeata' é simbólica.
As centrais sindicais, mantidas com dinheiro público, são poder. Muitos sindicatos só existem porque o trabalhador é obrigado a pagar. E se prestam a manter ou tentar derrubar governos, alinhando-se a candidatos e partidos.
Não se vinculam a projetos nacionais, mas são reféns de causas corporativas que, muitas vezes, significam mais gastos públicos ou empreguismo. São muito mais eficientes pelos corredores de Brasília.
O que as ruas vêm dizendo é que esses esquemas estão velhos. Não representam um país que busca soluções inovadoras e urgentes para a educação, saúde e transporte público. Estão muitas vezes ligados ao arcaico.
Não fossem os fechamentos de rodovias ou ruas, o dia de protesto teria ontem passado despercebido. O que falou mais alto foi a imagem dos manifestantes recebendo a "bolsa passeata".
materia na folha
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.
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